sexta-feira, 27 de maio de 2011

*TIC TAC*


Ao deitarmos em nosso leito , prestes a repousar , levados pelo hábito quantinuo , há de buscarmos o máximo de silêncio possível nesta abafada realidade.

Algo singelo , lânguido , sem forma definida , latente em nosso peito , passa à audição .
SOM ABAFADO PENETRANDO EM NOSSA MENTE.


TIC TAC TIC TAC TIC TAC TIC TAC.

Talvez o estrondoso som -inaudível-deste relógio concentrado em nosso seio torne-se mil vezes pior que qualquer outra forma , som ou ruído existente neste planeta.

Escutar tão abertamente esta contagem regressiva , como se ecorregasse de nossos dedos sem podermos fazer nada , transforma-se num eterno tormento se não ignorado .

Há vezes em que chegamos agradecer os demais sons , pois estes desfarçam , mais uma vez , aquilo que deveria ser a verdade .

Afinal , ouvimos apenas o que desejamos .


O relógio não é necessário para o tempo marcar. 








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