sexta-feira, 27 de maio de 2011

*TIC TAC*


Ao deitarmos em nosso leito , prestes a repousar , levados pelo hábito quantinuo , há de buscarmos o máximo de silêncio possível nesta abafada realidade.

Algo singelo , lânguido , sem forma definida , latente em nosso peito , passa à audição .
SOM ABAFADO PENETRANDO EM NOSSA MENTE.


TIC TAC TIC TAC TIC TAC TIC TAC.

Talvez o estrondoso som -inaudível-deste relógio concentrado em nosso seio torne-se mil vezes pior que qualquer outra forma , som ou ruído existente neste planeta.

Escutar tão abertamente esta contagem regressiva , como se ecorregasse de nossos dedos sem podermos fazer nada , transforma-se num eterno tormento se não ignorado .

Há vezes em que chegamos agradecer os demais sons , pois estes desfarçam , mais uma vez , aquilo que deveria ser a verdade .

Afinal , ouvimos apenas o que desejamos .


O relógio não é necessário para o tempo marcar. 








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quarta-feira, 18 de maio de 2011

-..Vagelumes..-



Meus olhos vagam pelo quarto escuro , realizando sua última varredura pelas misteriosas e solitárias paredes suspensas na noite.

Muito tempo há de esvoaçar até o fim destas brumas.

As pálpebras fecham-se como as janelas da vida e percebo vagalumes repousando sobre o véu protetor dos sonhos.


Talvez este possa ser um significado mais poético à palavra "pálpebra" :


São as protetoras de nossa realidade onírica , aquela que não permite os insetos do mundo diurno vir nos encomodar com as picadas despertantes.



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.Caixa de Ferramentas.



Minha mochila vai além de uma rústica e prática adaptação de sacolas em que coloca-se uma tonelada de objetos necessárias para determinadas situações no dia .

Mais que este simples recipiente , funciona como uma caixa de ferramentas , kit de sobrevivência  da alma , possuindo todo o necessário para qualquer espécie de criação que o coração desejar .

Mesmo o inimaginável , inatingível , remoto ,sublime ...

Realmente uma caixa de ferramentas .


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Peter Pan?



Ontem de manhã , ao acordar de uma noite tranquila , levantar-me da cama e começar o preparo para ir à escola , avistei da janela da sala duas criaturas brilhantes voando pelo céu.

Eram muito semalhantes ao Peter Pan e a Sininho.


É...Acho que acabei dormindo demais.

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quinta-feira, 12 de maio de 2011

*.O amanhã.*



O mundo ao redor , em seu perpétuo estado de dormência repleto de vidas oníricas como nós aqui presentes , há sempre de nos presentear com mais além do habituado pelo senso comum da sociedade.
Este ultrapassa os limites da percepção , engajando-nos a adquirir um modesto nível de percepção,tornando-se característica necessária para sobreviver em comunhão com a realidade.

Hoje , em meio à pacata aula de história , revisando assuntos remotos cujos poderiam encontrar-se perdidos em algum local de nossas mentes desperças, topamos com a questão de preocupar-se com o futuro próprio e , ao mesmo tempo , mostrar o fato de não valer a pena fazermos grandes planos ou coisas do gênero , pois este poderá extinguir-se em minúsculos segundos.

Pois bem , há o lado que reflete o certo  neste dilêmico ringue de box.
Porém , pessoas transformam esta verdade em desculpa nos casos mais comuns do dia-a-dia.

A final, muitos jovens pensam desta forma , sendo que não valer a pena pela dúvida e fazer tudo aquilo que deseja no momento sem a mínima noção do quanto pode interferir e deturpar o amanhã torna-se um veneno para nossas estradas.

Que o hoje é efêmero e o amanhã pode não chegar , todos sabemos -embora muitos procurem ignorar este fato , de tão sombrio que pode transformar-se-.
Mas esta justificativa não seria a correta se tomarmos conta do quanto somos abençoados pelo fato de apenas estarmos neste lugar , mantidos até hoje por alguma razão completamente inalcançável , perdida de nossa vã visão humana.

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tudo confundi um pouco...


Tudo confunde um pouco
Algazarra solta no vácuo
Bexigas perdidas distantes
Golpeando o espaço sem nada.

Saindo de um mundo pra fora
Subindo o turbilhão decaído
Deitando-se para fechar os olhos
Buscar o que visto impossível foi.

Nos sonhos enxergar o abstrato
Soltar as asas de casa
Ficar seguro aos sentidos
E perder o que enfim não tinha nada.

Trazer de volta o que importa
Seleção desfeita sem valor
Jogar para cima o achado
Tentativa,desfarce,para tudo que for.

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