quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

--=Porcelana em Trapos--=



Há coisas neste mundo
Impossíveis de se esquecer
Como o sol da meia-noite
E a lua ao alvorecer

Há coisas neste mundo
Impossíveis de se perder
Como o dia em que tropecei
E o que veio a aparecer

Uma boneca em longos trapos
Perdi-me extenuado
Aos seus pés então fiquei
Sem forças,ajoelhado

Sua face inexpressiva
Feito o vidro entrecortado
Bochechas mais que rosadas
Seria sangue,ali pintado?

Há coisas neste mundo
Impossíveis de se perder
Como sua respiração ausente
E a vida a permanecer

Tudo rasgava-me a pele
Precariedade como há
Ardiam os meus olhos
Ficava  ame fitar

Por mais que jorrasse
De que iria adiantar?
Enorme rio que escorria
Nada fazia para ajudar

Há coisas neste mundo
Impossíveis de se esquecer
Como aquela porcelana em trapos
E minha alma a falecer

Há coisas neste mundo
Impossíveis de se perder
Como aquela porcelana em trapos
E minha alma ao entardecer.

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